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Bissexual Vs. Pansexual

Você sabe a diferença entre bissexual e pansexual?


Por Monique Caroline


Estes dois termos, que por muitas vezes são invisibilizados dentro da própria comunidade LGBTQIA+ também são confundidos, e a falta de informações pode levar à certos tipos de segregação e preconceitos estruturais direcionados para ambos os gêneros.


Por muito tempo, a bissexualidade foi resumida à atração por dois gêneros: homens e mulheres (excluindo transexuais, por exemplo). Com isso, muitos enxergarem a bissexualidade como limitada e transfóbica, e preferiram se denominar pansexuais, pois sentem atração por pessoas de qualquer gênero (cis e trans, agêneros, queers…).


Mas ao contrário do que muitos pensam, pansexual é alguém que sente atração sexual, romântica ou emocional por todos os gêneros e não por todas as coisas. “Árvore” e “cachorro” por exemplo, não são identidades de gênero, portanto não se encaixam nisso, como muitas pessoas que não compreendem o assunto costumam satirizar. O pansexual também não é um bissexual sem limites.


Weslley Pereira de Oliveira, de 19 anos, se denomina pansexual. Ele acredita que a bissexualidade ainda está muito presa na binariedade que inclui apenas homens e mulheres. “Eu como pansexual, tenho atração física por qualquer que seja o gênero: homem, mulher, transexual, bissexaul, homossexual e afins”, exprime.


Ele sente que a bissexualidade ainda é muito transfóbica, e isso dificulta na inclusão pan dentro da gama LGBTQIA+. Wesley já sofreu inúmeras diferenciações, inclusive por sua própria mãe, quando ouviu: "Decide, ou você é gay, ou pega mulher!". Para a maioria das pessoas, ele diz que é homosseuxal para evitar situações constrangedoras ou muito explicativas. “Primeiro eu me assumi homossexual, depois que eu descobri minha pansexualidade pois percebi que eu beijava mulher normalmente, mas não consigo ter relações sexuais com elas”, relata.


SIGNIFICADO DA BANDEIRA PANSEXUAL: A faixa rosa representa atração sexual e/ou romântica pelo gênero feminino. A faixa azul é a atração sexual e/ou romântica pelo gênero masculino. A faixa amarela é a atração sexual e/ou românticas por pessoas que não se encaixam nesses dois gêneros, como agêneros, queers e não-binários.

(Imagem: Wikimedia Commons)


Laís Rodrigues, de 20 anos, se considera bissexual. Ela já namorou homens e atualmente namora Bruna Pontes, de 23 anos. Laís já entrou em muitos debates consigo mesma para definir sua orientação sexual, e para ela, a bissexualidade não segue mais a visão generalista de se apaixonar só por gêneros opostos “Eu vejo por esse conceito de se apaixonar pelo o que a pessoa é. Eu fui apaixonada pelo Vinicius não por ser homem, mas pelo o que me fazia sentir comigo mesma, estou apaixonada pela Bruna pelo mesmo motivo”, enfatiza.


Quando pensa em suas relações amorosas envolvidas por questões de carinho e afeto, não enxerga muitas diferenças entre a bissexualidade e a pansexualidade, “Para mim é a mesma coisa [...] Eu levei sempre por esse lado de gostar de pessoas”, aponta.


Para Laís, a “guerra” que prevaleceu por muito tempo entre pansexuais e bissexuais por conta do estereótipo de um ser mais inclusivo que o outro sempre foi totalmente errônea. “Eu vejo que uma posição é tão importante quanto a outra, não deveria haver guerra. Não tem sentido ter transfobia dentro de nossa pauta, é uma grande hipocrisia com tudo o que defendemos”, salienta.


Para muitas pessoas bissexuais, o termo foi cunhado em um contexto histórico que concluiu a binariedade como: homem e mulher, mas hoje, e bissexualidade pode se enquadrar em atração por um ou mais gêneros (ou seja, não apenas hétero e homossexual). O manifesto bissexual, publicado em 1990, exprime que o gênero é fluido e não deve ser entendido como uma coisa binária. Logo as duas sexualidades podem se atrair por todo espectro de gênero.


Portanto, nem sempre o significado para esses dois termos vai estar em consenso e a diferença entre os dois gêneros é decidida única e exclusivamente por quem pertence à eles. Não tem um certo ou errado, o ideal é não ser fiscal de orientações sexuais e não alimentar uma briga entre pansexuais e bissexuais, e sim alimentar o respeito e igualdade que todos merecem dentro da luta por inclusão LGBTQIA+.


SIGNIFICADO DA BANDEIRA BISSEXUAL: A cor rosa da bandeira representa a atração sexual e/ou romântica pelo mesmo gênero. A cor azul representa a atração sexual e/ou romântica por gêneros opostos. A cor roxa fica no meio para representar a atração por ambos os gêneros.



(Imagem:  Wikimedia Commons)

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